"Nutrição na gestação"
Em artigo, Renato Marques, nutricionista da Sonnar, dá dicas a gestantes.
Em homenagem ao Dia do Nutricionista (31/08) e o Dia do Educador Físico (01/09), comemorados pela Sonnar na última semana, a clínica trás um artigo do nutricionista Renato Marques sobre a importância dos cuidados com a nutrição antes, durante e após o período gestacional. Leia o artigo na integra.
"Você sabia que o ambiente intrauterino exerce importante efeito sobre a saúde na vida adulta. Assim, o inadequado estado nutricional materno antes e durante a gestação pode ter influência no desenvolvimento de complicações para a mulher (diabetes, pré-eclâmpsia, hipertensão) e para a criança (prematuridade, retardo de crescimento uterino, defeito de tubo neural, morte neonatal).
Durante a gestação ocorrem várias adaptações fisiológicas que afetam o sistema orgânico materno e as vias metabólicas, alterações hormonais e do débito cardíaco. No primeiro trimestre, a saúde do feto vai depender da condição nutricional materna pré-gestacional tanto em relação as reservas energéticas como de vitaminas, minerais e oligoelementos. Por isso, as situações de náuseas e vômitos, comuns neste período, e até a perda de peso dentro dos limites considerados adequados não prejudicam o feto. No segundo e no terceiro trimestre, o meio externo vai exercer influência direta na condição nutricional do feto. Assim, os hábitos de vida (ganho de peso adequado, ingestão adequada de energia e nutrientes, fator emocional) e a qualidade da assistência pré-natal da gestante irão ser determinantes nas conseqüências imediatas e futuras tanto para a mãe quanto para o feto.
O diagnóstico nutricional inclui a análise conjunta da avaliação antropométrica, alimentar, bioquímica e clínica.
No primeiro trimestre, o ganho de peso da gestante não é muito relevante, por isso a perda de peso de até 3 kg, a manutenção do peso pré-gestacional ou o ganho de peso de até 2 kg são situações previstas que não comprometem a saúde da mãe e do feto. A partir do segundo e do terceiro trimestres, o ganho de peso adequado vai depender do estado nutricional gestacional.
Além da avaliação antropométrica, a avaliação dietética e dos parâmetros laboratoriais permite identificar os erros alimentares que possam prejudicar a saúde materna e do feto e avaliar possíveis deficiências nutricionais.
No Brasil, a prevalência de excesso de peso já é considerada um problema de saúde pública, pois se apresenta elevada em todos os estágios da vida.
O excesso de ganho de peso gestacional está associado com macrossomia, complicações de parto, diabetes gestacional e pré-eclâmpsia, além do aumento na prevalência de em mulheres, devido ao ganho de peso extra manter-se por longo prazo após o parto; e do risco de sobrepeso infantil.
Destaca-se que o estado nutricional inadequado é um fator de risco modificável e pode ser controlado por meio de intervenções nutricionais efetivas. Orientações dietéticas específicas e implementadas de acordo com o estado nutricional da gestante são efetivas para diminuir a velocidade de ganho de peso em gestantes com excesso de peso, diminuindo, assim, o risco de complicações gestacionais. Entretanto, enfatiza-se que as orientações dietéticas devem ser implementadas antes da 20ª semana gestacional.
As evidências ainda mostram que a obesidade o excesso do ganho de peso na gestação estão acompanhados das deficiências nutricionais. A Organização Mundial de Saúde estima que a prevalência de anemia em gestantes variam de acordo com a região do país e aumentando com a gestação.
As conseqüências da anemia por deficiência de ferro já são bem conhecidas, como retardo de crescimento intra-uterino, baixo peso ao nascer, prematuridade, crianças com reserva de ferro depletadas e insuficiência cardíaca materna.
Por isso e importante que você gestante procure sempre um profissional de saúde para melhor conduzir a sua gestação."
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